Não replico, mas também não morro: entenda como a bactéria C.burnetti escapa do sistema imune!

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Créditos da imagem: Hayek et al, 2019.

Tecidos infectados por patógenos, em geral, apresentam uma baixa concentração de oxigênio. Sendo assim, os mecanismos imunológicos padrão do corpo, que dependem do oxigênio, podem funcionar apenas de forma limitada. Mas como o sistema imunológico consegue controlar a proliferação de bactérias, por exemplo, sob tais condições?
Para obter informações sobre os mecanismos que controlam a infecção bacteriana sob condições hipóxicas, pesquisadores infectaram macrófagos com o patógeno intracelular Coxiella burnetii, o causador de febre Q. A febre Q é uma zoonose transmitida aos seres humanos por animais, geralmente ovelhas, cabras e gado. É causada pela inalação de partículas de poeira contaminadas. Ocupações de alto risco incluem agricultura, medicina veterinária e pesquisa animal. Os experimentos revelaram que a hipóxia impediu a replicação de C. burnetii de uma maneira dependente do fator induzido por hipoxia (HIF) 1a. Mecanisticamente, sob hipóxia, HIF1a prejudicou a atividade de STAT3, que por sua vez reduziu o nível intracelular de intermediários do ciclo do ácido cítrico, incluindo citrato, e impediu a replicação de C. burnetii em macrófagos.
No entanto, a viabilidade bacteriana foi mantida, permitindo a persistência de C. burnetii, o que é um pré-requisito para o desenvolvimento da febre Q crônica. Este conhecimento abrirá futuras linhas de pesquisa sobre a patogênese da febre Q crônica. Além disso, a regulação dos metabólitos do ciclo do ácido cítrico pelo HIF1a representa um mecanismo anteriormente não apreciado de defesa do hospedeiro contra patógenos intracelulares.

Veja os detalhes deste trabalho no paper anexado:

Limitation of TCA Cycle Intermediates Represents an Oxygen-Independent Nutritional Antibacterial Effector Mechanism of Macrophages

 

 

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