Exercício físico induz neurogênese, produção de BDNF e melhora dos sintomas cognitivos em camundongos modelo para a doença de Alzheimer.

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Créditos da imagem: Choi et al, 2018

Uma das questões mais intrigantes sobre o cérebro humano é também uma das mais difíceis para os neurocientistas responderem: o que distingue nossos cérebros dos de outros animais?

A neurogênese adulta em humanos – produção de novos neurônios que ocorrem após o nascimento – ocorre no hipocampo e em outra estrutura cerebral chamada estriado. Em camundongos, o mesmo se sucede nestas estruturas e também no bulbo olfatório. Embora a neurogênese do hipocampo adulto seja essencial para o aprendizado e a memória, o envolvimento deste processo nas doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, ainda não foi é compreendida. Uma equipe de pesquisadores do Massachussets General Hospital se propôs a investigar como/se a neurogênese do hipocampo adulto (AHN) contribui para a melhora da patologia e da função cognitiva da doença de Alzheimer em um modelo de camundongo e se o aumento dessa neurogênese poderia reduzir os sintomas.
Os experimentos mostraram que a neurogênese poderia ser induzida nos animais, seja por exercício físico ou por tratamento com drogas e terapia gênica que promovesse o nascimento de células progenitoras neurais. No entanto, testes comportamentais revelaram benefícios cognitivos limitados para os animais nos quais a neurogênese foi induzida farmacologicamente e geneticamente. Isso porque os neurônios recém-nascidos, induzidos por drogas e terapia gênica, não foram capazes de sobreviver em regiões do cérebro já devastadas pela patologia de Alzheimer, particularmente devido a neuroinflamação. Porém, os animais nos quais a neurogênese foi induzida pelo exercício apresentaram melhor desempenho cognitivo e redução dos níveis de beta-amilóide.
Os pesquisadores descobriram que a principal diferença era que o exercício também estimulava a produção do fator neurotrófico derivado do cérebro ou BDNF – conhecido por ser importante para o crescimento e sobrevivência dos neurônios – que criou um ambiente cerebral mais “hospitaleiro” para os novos neurônios sobreviverem. Combinando drogas e terapia gênica que tanto induziram a neurogênese quanto aumentaram a produção de BDNF, foi possível reproduzir com sucesso os mesmos efeitos do exercício melhora na função cognitiva.

Todo este trabalho foi publicado na revista Science deste mês:

Combined adult neurogenesis and BDNF mimic exercise effects on cognition in an Alzheimer’s mouse model

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